
Evento reuniu representantes da comissão, discutiu e registrou, de forma transparente, questões importantes sobre as atividades da obra
A subestação do Complexo Santa Eugênia Solar, em Ibipeba, sediou a reunião promovida pela Comissão de Acompanhamento do Empreendimento (CAE), nesta terça-feira, dia 10.
O evento reuniu representantes do Complexo Santa Eugênia Solar, moradores das comunidades locais e circunvizinhas, além de representantes do poder público e especialistas em meio ambiente.
Com o objetivo de reforçar a transparência da empresa e promover um diálogo aberto, o encontro atualizou os representantes da CAE sobre as atividades do empreendimento. Durante a reunião, diversos questionamentos foram esclarecidos e dúvidas registradas, reafirmando o compromisso com a comunicação clara e responsável em todos os momentos.
O coordenador de meio ambiente do Complexo Santa Eugênia Solar, Rodrigo Souza, destacou a importância do empreendimento para a produção de geração de energia limpa, e, para o fortalecimento da economia local “Estamos há mais de quatro anos na região, e todas as ações foram realizadas de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos fiscalizadores. Realizamos todos os diagnósticos e estudos, seguimos todos os ritos legais necessários para chegarmos até essa etapa do empreendimento, e diante desse contexto legal, estamos trabalhando incansavelmente para retomar as atividades o mais breve possível”, explicou.
Durante a reunião, o representante da Associação Serrana, Aldemiro de Oliveira Alves, perguntou sobre as ações de restauração e compensação que são realizadas pelo Complexo. Durante a explanação, Rodrigo apresentou todas as ações que já foram realizadas, e mostrou pontos importantes como a coleta de sementes de espécies nativas do bioma Caatinga, que estão sendo replantadas em viveiros, para, posteriormente, serem inseridas novamente no habitat natural da região.
Segundo o especialista social, Iuri Almeida, as atividades que foram realizadas durante a implantação do empreendimento, seguiram cumprindo todas as normas solicitadas pelos órgãos licenciadores, inclusive, com a aplicação de 22 programas socioambientais, a exemplo do programa de afugentamento, resgate e monitoramento da fauna, e programas de educação ambiental, discutindo com as comunidades temas importantes como a preservação do meio ambiente, resíduos, caça ilegal, associação e cooperativismo.
“O Complexo Santa Eugênia Solar é comprometido com o desenvolvimento sustentável e a legalidade de suas ações. Seguimos todos os critérios ambientais exigidos pelos órgãos de fiscalização, e realizamos um extenso monitoramento da área, incluindo fauna, flora e aspectos arqueológicos, antes mesmo da instalação do empreendimento. Hoje, temos mais de 40 profissionais, entre biólogos, veterinários, analistas sociais e gestores ambientais, que trabalham com foco no controle socioambiental e questões do meio ambiente. Um trabalho realizado de forma constante, com profissionais capacitados e designados para cada área específica”, afirmou Iuri.
A analista ambiental, Aline Carvalho Rocha, reforçou que o trabalho de acompanhamento e monitoramento das nascentes, flora e fauna, que tem sido realizado durante toda a condução do empreendimento, é fundamental para termos embasamento nas ações de compensação ambiental de preservação e desenvolvimento da natureza “Nosso trabalho envolve toda a comunidade, onde cada morador, colaborador e trabalhador do empreendimento pode ajudar nesse sentido de preservação ambiental. Todo mundo está empenhado em levar soluções, fortalecendo nossa relação com o meio ambiente e com as comunidades locais”, explicou.
Adriana Vieira Barreto, moradora da comunidade de Boca D'água, destacou a importância do trabalho que é gerado durante a implantação do empreendimento e que a geração de renda é fundamental para o desenvolvimento da comunidade “O meu filho não me pede mais dinheiro pra sair, compra a sua própria roupa, e tem o seu dinheirinho fruto do trabalho realizado durante a obra. Com essa paralisação, todos nós estamos inseguros. O pai de família hoje está dependendo dessas atividades, já que na comunidade as oportunidades de emprego são poucas, e por isso mesmo que estamos torcendo para retomada dessa obra o mais rápido possível”, pontuou a moradora.
A moradora enfatizou, ainda, que a paralisação da obra é muito prejudicial para toda a região “Este empreendimento é essencial para nossas comunidades e municípios. A suspensão das atividades prejudica muitas famílias que dependem direta ou indiretamente do projeto. É fundamental que as atividades sejam retomadas o quanto antes, já que a empresa apresentou todos os documentos necessários e segue as normas ambientais. Além dos empregos já existentes, seriam contratadas mais 150 pessoas, o que fortaleceria ainda mais nossa economia”, afirmou.
Com expectativa de 680 empregos, majoritariamente ocupados por mão de obra local, o empreendimento tem sido uma importante fonte de desenvolvimento econômico e social para a região. A paralisação das atividades, conforme enfatizado pelos participantes, impacta não apenas os trabalhadores diretamente envolvidos, mas também a economia das comunidades em torno do projeto.
Livia Betânia Barreto dos Santos, empreendedora da localidade de Boca D’água, destacou também, a importância de cursos e capacitações para moradores, com temas que fomentem o empreendedorismo, a exemplo de processamento de frutas para comercialização de compotas, doces, geleias e polpas.
“Temos uma região muito rica em frutas como manga, umbu, tamarindo, pinha, banana, acerola, seriguela e tantas outras frutas que podem fazer parte desse projeto coletivo. Cada morador dessas comunidades possui um quintal cheio de frutas, com muito material sendo desperdiçado por não ter como escoar. Uma ótima opção seria a compra desse material para o uso na merenda escolar, por exemplo, e as mulheres da associação sendo capacitadas, essa logística de comercialização seria facilitada. Toda a comunidade se beneficiaria. O complexo Santa Eugênia pode ser parceiro também nesse outro contexto”, avaliou a moradora.
O evento reforçou o desejo coletivo da comunidade e da empresa em retomar as atividades, destacando que a continuidade do empreendimento é essencial não apenas para os trabalhadores, mas para o desenvolvimento econômico e social da região como um todo.
