A refinaria DAX Oil, que funciona em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, é apontada dentro de um forte esquema de lavagem de dinheiro de uma das principais organizações criminosas do país, o PCC. A denúncia foi exposta em reportagem da revista Isto É Dinheiro e aponta DAX como uma espécie de intermediária na importação de produtos químicos que são repassados para uma grande formuladora de combustíveis paulista, que seria utilizada para lavar dinheiro do Primeiro Comando da Capital, o PCC.
O aumento expressivo no volume de importação de naftas pela DAX Oil chamou atenção dos investigadores, uma vez que a empresa importava pequenos volumes até meados de 2022 e, repentinamente, passou a figurar entre os maiores importadores do país desse produto. O destino de praticamente toda a nafta importada pela DAX é a formuladora de combustíveis paulista Copape. As investigações do Ministério Público Estadual de São Paulo apuram fraude fiscal e, principalmente, a ligação da companhia com a facção criminosa PCC.
Envolvida no esquema, a refinaria baiana funcionaria, no jargão do mercado de combustíveis, como a “barriga de aluguel” da Copape para compra de nafta, se beneficiando de tributação menor para essas importações por ser uma refinaria. Se confirmado o esquema, a DAX estaria ainda utilizando de forma inadequada um benefício que deveria ser utilizado para sua indústria e não para terceiros.
Além do envolvimento com o esquema direcionado a São Paulo, a DAX Oil também aparece, ainda segundo a reportagem da Isto É, nos resultados de uma operação realizada no início de 2024, que flagrou dezenas de caminhões em uma base clandestina de combustível na Bahia. A base estava sendo utilizada para adulterar gasolina com naftas e o produto encontrado tinha notas fiscais da DAX. Além disso, os caminhões que transportavam o produto eram de uma transportadora pertencente a um dos controladores da Copape.