

Curral anti-predação, na comunidade de Sanharó, zona rural do município de Sento Sé (BA)
O Programa Amigos da Onça (PAO), do Instituto Pró-Carnívoros, em parceria com a ENGIE Brasil Energia, realizou a construção de curral anti-predação, na comunidade de Sanharó, zona rural do município de Sento Sé (BA). A obra beneficiou um criador que, em 2019, auxiliou no resgate da onça-pintada Luísa, promovendo a conservação dos felinos na região. A iniciativa integra o conjunto de ações voltadas ao trabalho de apoio às comunidades em áreas de ocorrência de onça-pintada e parda. Ao todo, 18 estruturas já foram construídas pelo Programa e são utilizadas como estratégia de boas práticas no manejo e cuidado com os rebanhos e na proteção do meio ambiente.
Pioneiro na construção de currais anti-predação desde 2014, o projeto desenvolve uma estrutura autossustentável, que integra um sistema de coleta e armazenamento de água da chuva para hidratação dos animais e plantio de forrageiras que servirão de alimento, principalmente no período da seca.
O Programa atua desde 2012 na Caatinga, em uma região conhecida como Boqueirão da Onça, com área de 900 mil hectares, distribuída por seis municípios baianos. A população estimada de onças-pintadas na região é de 30animais, além de 120 onças-pardas, ambas ameaçadas de extinção, por perda de habitat e caça. Nesta região, os criadores de caprinos e ovinos utilizam o sistema de manejo extensivo, no qual os animais ficam soltos e estão mais expostos a diversos tipos de risco, incluindo ataques de onças e outros predadores.
O curral da comunidade de Sanharó foi especialmente projetado para garantir proteção ao rebanho durante o período noturno, quando há maior risco de ataques. O espaço possui cercamento reforçado e materiais adaptados às condições da Caatinga. Além disso, garante também maior conforto térmico para a criação e proteção contra outros tipos de perda.
Segundo a equipe técnica do Programa, a construção de currais representa uma estratégia para reduzir indicadores de violência contra a vida animal e riscos à integridade física dos cidadãos do território.
“Para atuar na conservação desses felinos no bioma, é fundamental manter um canal permanente de diálogo com as comunidades locais, compreender suas realidades e apoiar iniciativas que favoreçam o desenvolvimento do território. Nessas regiões, onde a criação extensiva de caprinos e ovinos é prática comum, a presença das onças representa um desafio para os criadores, com potenciais perdas econômicas. Por isso, a adoção de medidas adequadas é essencial para assegurar o bem-estar dos animais e oferecer suporte aos produtores, promovendo também geração de valor agregado com ações educativas e de conscientização”, destaca Carolina Franco Esteves, coordenadora do projeto pelo Programa Amigos da Onça (PAO).
A experiência de Sanharó reflete como a cooperação entre instituições de pesquisa, setor privado e comunidades rurais pode gerar soluções inovadoras e eficazes, fortalecendo o protagonismo comunitário na conservação do Boqueirão da Onça, uma das áreas mais estratégicas para conservação da biodiversidade e para a sobrevivência das onças na Caatinga.
“A parceria com o Programa Amigos da Onça reforça o compromisso da ENGIE Brasil Energia com a conservação da biodiversidade e a promoção do desenvolvimento sustentável nos territórios onde atuamos. Essa ação conjunta multiplica esforços e potencializa resultados que beneficiam tanto o meio ambiente quanto as comunidades locais. Além disso, o alcance dessas iniciativas contribui para a construção de legados positivos, incentivando a convivência harmoniosa entre as pessoas e a natureza,” afirma Karen Schroder, gerente de Meio Ambiente da Companhia.
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