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Instabilidade no sistema do INSS trava concessão de benefícios e empurra segurados para crédito mais caro

Instabilidade no sistema do INSS trava concessão de benefícios e empurra segurados para crédito mais caro

09/08/2025 às 13h59 Atualizada em 09/08/2025 às 16h59
Por: Redação
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Foto: Reprodução
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O aplicativo Meu INSS, principal canal digital de acesso aos serviços previdenciários, enfrenta falhas recorrentes desde a semana passada, deixando milhares de beneficiários sem acesso a serviços essenciais. Entre 31 de julho e 7 de agosto, foram registradas quatro quedas significativas no sistema, afetando tanto os canais digitais quanto as plataformas internas utilizadas por servidores.

De acordo com registros oficiais do próprio INSS, houve paralisações nos dias 31/07, 04/08 e 06/08, além de outras instabilidades que ultrapassaram 180 minutos de duração. A situação se agravou na última quarta-feira (06/08), quando a Dataprev, responsável pela manutenção dos sistemas, classificou o problema como “incidente grave”, com previsão de normalização para o mesmo dia, o que não se concretizou.

O impacto é direto: concessão de novos benefícios, desbloqueio para empréstimos consignados, atualização de dados e análise de processos estão paralisados ou severamente atrasados. Beneficiários do BPC/Loas e de pensões por invalidez — especialmente no Nordeste, região que concentra o maior número de Loas do país — relatam que a demora no processamento está comprometendo o recebimento de seus proventos mensais.

A instabilidade também atinge quem depende do desbloqueio para contratar empréstimos consignados. Sem acesso ao sistema, muitos aposentados e pensionistas têm recorrido ao crédito pessoal, cuja taxa média é de 22% ao mês, contra 1,8% ao mês do consignado. Especialistas alertam que essa diferença pode acelerar casos de superendividamento entre segurados, já que o consignado, por lei, tem juros controlados e desconto direto em folha.

O problema não é pontual. Segundo levantamento publicado pelo G1 em 17 de julho, os sistemas do INSS ficaram fora do ar por 67 dias no primeiro semestre deste ano. Técnicos ouvidos pela reportagem afirmaram que, em alguns casos, é necessário que até seis sistemas funcionem simultaneamente para concluir uma análise. Com quedas constantes, o acúmulo de processos cresce e os prazos de concessão se estendem.

Enquanto a instabilidade persiste, beneficiários seguem em busca de alternativas — muitas vezes mais caras e arriscadas — para garantir renda e manter compromissos financeiros.

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