Irecê enfrenta crise habitacional com aluguéis altos e falta de novas moradias populares

A cidade de Irecê, no semiárido baiano, enfrenta uma realidade preocupante no setor imobiliário. O preço dos aluguéis disparou nos últimos anos, acompanhando uma tendência de valorização exacerbada dos imóveis. Em contrapartida, o município não registra avanços significativos em programas habitacionais populares, como o Minha Casa Minha Vida, o que agrava ainda mais o cenário para famílias de baixa renda.

Expansão habitacional em cidades do oeste contrasta com estagnação em Irecê

Enquanto Barreiras e Luís Eduardo Magalhães avançam com novas unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida, Irecê permanece sem previsão concreta de retomada do programa. Em Barreiras, por exemplo, o governo do estado e a Caixa Econômica Federal autorizaram recentemente a construção de 500 novas unidades habitacionais, além da retomada de outras 500 que haviam sido abandonadas. O investimento total para a cidade chega a R$ 82,5 milhões, com promessa de melhor infraestrutura nos condomínios, incluindo bibliotecas e espaços de lazer.

Em Luís Eduardo Magalhães, o prefeito Junior Marabá assinou contrato para o início das obras do Minha Casa Minha Vida, que prevê a construção de 200 unidades residenciais de 50m². O projeto, que contará com ciclofaixas, praça, biblioteca, quadras esportivas e parques infantis, deve começar em abril deste ano. No entanto, em Irecê, o programa segue sem previsão de retomada.

Últimas entregas ocorreram na gestão de Luizinho Sobral

A última vez que o município recebeu unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida foi entre 2013 e 2016, durante a gestão do então prefeito Luizinho Sobral. Na época, o loteamento Professora Ieda Dourado II foi inaugurado, beneficiando 976 pessoas com 244 casas populares. O investimento, oriundo do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), foi de R$ 11,5 milhões.

Em 2015, foi entregue o Residencial Vida Bela, um conjunto habitacional de 500 casas que contemplou mais de duas mil pessoas. Na ocasião, o então governador Rui Costa destacou a importância do programa para garantir moradia digna às famílias de baixa renda. Desde então, porém, a cidade não registrou mais avanços no setor.

População aguarda resposta da atual gestão

A administração do ex-prefeito Elmo Vaz (2017-2024) não entregou nenhuma unidade habitacional do Minha Casa Minha Vida durante sua gestão. Com a chegada de um novo governo municipal, a população segue ansiosa por informações sobre possíveis projetos futuros. Até o fechamento desta matéria, tentamos contato com a prefeitura de Irecê, mas não obtivemos retorno sobre a previsão de novos empreendimentos habitacionais na cidade.

A falta de moradias populares aliada ao aumento expressivo dos preços dos imóveis e aluguéis reforça o cenário de uma bolha imobiliária em Irecê. Sem iniciativas para amenizar o déficit habitacional, o custo de vida na cidade tende a se tornar ainda mais elevado, prejudicando a qualidade de vida de centenas de famílias que dependem de políticas habitacionais acessíveis.

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