Infestação de carocha ‘besouro bufão’ preocupa população em municípios chapadeiros; confira como se proteger do inseto

A ocorrência de fortes chuvas ocasionou a infestação do besouro carocha ou ‘besouro bufão’ em municípios da Chapada Diamantina. A presença do inseto tem preocupado a população, principalmente devido à sua capacidade de liberar um coquetel de substâncias tóxicas quando ameaçado, resultando em queimaduras que variam de leves a severas na pele humana.

Origem do besouros carochas
Na região nordeste, onde está localizada a Chapada Diamantina, os machos e fêmeas entram em hibernação por volta do mês de maio e só voltam a ser vistos no ano seguinte, geralmente em fevereiro ou março, como está acontecendo atualmente em nossa região.

Durante a hibernação, é comum encontrá-los no solo, a uma profundidade de cerca de 12 cm. No entanto, também podem ser encontrados embaixo de pedras, fezes secas de gado nos pastos, rachaduras de paredes de residências, casas de taipa, jardins de praças, cemitérios, embaixo de tonéis, entre telhas e tijolos amontoados, além de locais como lixo abandonado em terrenos baldios e até mesmo nas paredes de fossas sépticas. Todos esses locais oferecem abrigo, temperatura e umidade adequadas para a sobrevivência do inseto durante o longo período de estiagem.

As carochas da espécie Calosoma granulatum, frequentes em diversas cidades da Chapada Diamantina, apresentam uma coloração verde metálica na parte dorsal da cabeça e do tórax, além de élitros (asas tipo carapaças) com estrias longitudinais de cor violácea, adornadas com manchas douradas e extremidades laterais em verde metálico.

Apesar de exalarem um odor forte e liberarem ácido, os besouros carocha são de grande importância para os pecuaristas. Um único besouro pode eliminar até 400 larvas, muito além da sua capacidade de consumo, tornando-se assim um aliado valioso nas lavouras. Em alguns casos, os americanos até importam carochas da Europa para controlar o aumento do número de certas mariposas daninhas.

A seta aponta o local por onde saem as secreções cáusticas do inseto | FOTO: Reprodução |

Atração pela luz
Os insetos utilizam a luz como guia para se localizarem, contando com pontos fixos como o Sol, a Lua e as estrelas. Na ausência desses referências naturais, as lâmpadas dos postes ou as da residência acabam servindo como pontos de orientação para esses insetos.

queimaduras na pele
Os carabídeos, conhecidos como carochas, têm um mecanismo de defesa peculiar: quando se sentem ameaçados ou perturbados, liberam um coquetel de substâncias cáusticas, resultando em queimaduras na pele e um odor desagradável. Esse processo é chamado de “mijada” da carocha e é produzido por um par de glândulas pigidiais localizadas próximo ao ânus. Essas substâncias, que incluem hidrocarbonetos, aldeídos, fenóis, quinonas, esteres e ácidos, são conhecidas por causar sérias queimaduras na pele e até mesmo danificar pisos e pinturas de paredes.

Essas queimaduras, denominadas zoo dermatoses, ocorrem quando a vítima entra em contato direto com o inseto, seja ao comprimi-lo ou quando o inseto se sente ameaçado e lança o coquetel tóxico sobre o agressor em potencial. Existem diversas situações em que esses acidentes podem ocorrer, desde o inseto voando e colidindo com a vítima até mesmo situações em que o inseto é esmagado acidentalmente ao entrar em contato com roupas ou superfícies. Em todos os casos, as toxinas causam uma sensação de ardor contínuo na pele, além de deixarem um mau cheiro tanto no corpo quanto no ambiente.

As lesões provocadas por esse coquetel químico podem variar de leves a graves. Os casos leves são caracterizados por ardor, coceira e vermelhidão localizada, enquanto nos moderados podem surgir bolhas que secam após 48 horas, deixando manchas que podem persistir por semanas. Nos casos mais graves, além dos sintomas mencionados, podem ocorrer febre, dor local e nas articulações, e até mesmo vômitos. Crianças, idosos e até mesmo animais domésticos podem ser mais vulneráveis às toxinas desses besouros, com relatos de animais de estimação adoecendo e, em casos extremos, até mesmo morrendo devido à ingestão desses insetos.

De uso veterinário, o inseticida Bolfo é um dos mais indicados no combate ao besouro | FOTO: Reprodução |

Como controlar esses besouros
É importante ressaltar que não se deve utilizar fogo para eliminar esses insetos, comumente chamados de besouros. Isso se deve ao fato de que, em grandes quantidades, eles liberam toxinas ácidas inflamáveis, podendo causar incêndios de grandes proporções. Portanto, evite jogar álcool ou outros produtos inflamáveis e tentar queimá-los.

Uma alternativa eficaz que tem sido utilizada é o inseticida BOLFO ou PULFO. Basta aplicá-lo sobre os besouros e, após alguns minutos, o inseticida começará a fazer efeito. No entanto, é importante ressaltar que este produto é de uso veterinário. Recomenda-se sempre buscar orientação de um profissional antes de utilizar qualquer método de combate aos besouros.

As informações sobre o uso do inseticida estão disponíveis na embalagem, onde é indicado para o combate de ectoparasitas como piolhos, pulgas e carrapatos em aves, equinos, suínos e bovinos. Em experiências anteriores, o BOLFO mostrou-se eficaz também contra o Besouro Carocha, sendo considerado o método mais eficiente até o momento.

Fonte: Jornal da Cahapada

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