De 2022 para 2023, sete dos oito rebanhos investigados na Bahia pela Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do IBGE, mostraram crescimento de efetivos. Dentre estes, o de bovinos aumentou pelo terceiro ano consecutivo, e o de ovinos, pelo segundo, e ambos atingiram os maiores contingentes da série histórica.
Além disso, dois dos quatro produtos de origem animal acompanhados pela pesquisa no estado tiveram aumentos quantitativos entre 2022 e 2023; e a produção de ovos de galinha bateu novo recorde.
Com isso, o valor total da produção animal na Bahia teve novo avanço entre 2022 e 2023, de R$ 3,2 bilhões para R$ 3,3 bilhões, um crescimento de 2,2%, ou mais R$ 70,5 milhões em um ano. O montante gerado pelos produtos da pecuária baiana em 2023 foi o maior nos 28 anos de vigência do Real (desde 1994), com dois dos quatro produtos tendo altas.
O valor da aquicultura também cresceu na Bahia (+50,4%), em 2023, após ter tido resultado negativo em 2022, e foi a R$ 276,1 milhões, recorde na série histórica, iniciada em 2013, para esse segmento.
Entre 2022 e 2023, número de bovinos na Bahia tem o 2º maior aumento absoluto do país e chega a 13,3 milhões de animais, maior quantidade em 49 anos
Dentre os efetivos da pecuária, um dos principais destaques positivos foi para os bovinos. Entre 2022 e 2023, na Bahia, esse plantel aumentou de 12,5 milhões para 13,3 milhões de animais (+6,1%), o que representou mais 764,5 mil, 2º maior aumento absoluto entre os estados, atrás apenas do Paraná (+822,7 mil cabeças).
Com esse crescimento, o efetivo baiano de bovinos quebrou o recorde do ano anterior e chegou, em 2023, ao seu maior patamar nos 49 anos da PPM, iniciada em 1974.
O aumento no número de bovinos em 2023 foi o terceiro consecutivo no estado. Com o resultado positivo, a Bahia manteve o 7º maior efetivo do país, respondendo por 5,6% do total nacional, que foi de 238,6 milhões de cabeças (+1,6% frente a 2022).
Em 2023, Santa Rita de Cássia passou a ter o maior rebanho bovino do estado: 188,4 mil animais. O município tinha o 4º maior efetivo em 2022, mas registrou alta de 26,7% em um ano. Itamaraju, que liderava na Bahia, passou a ter o 2º maior rebanho (183,2 mil cabeças); e Itanhém caiu da 2ª para a 3ª posição (169,0 mil).
O maior crescimento no número de bovinos entre 2022 e 2023 na Bahia, porém, ocorreu em Santa Terezinha, que passou de 23,0 mil para 95,1 mil animais, ou seja, mais 72,1 mil cabeças em um ano, em um aumento de 312,9%. O município passou do 170º para 29º lugar no ranking estadual.
Rebanhos baianos de ovinos e caprinos têm os maiores crescimentos absolutos e seguem os mais numerosos do Brasil
Entre 2022 e 2023, a Bahia teve os maiores crescimentos absolutos do país nos efetivos de ovinos (mais 345,1 mil ovelhas, carneiros e borregos, ou +7,4%) e caprinos (mais 217,0 mil bodes, cabras e cabritos, ou +5,8%). Ambos registraram aumentos pelo segundo ano consecutivo.
Com os resultados positivos, a Bahia manteve a sua posição de líder nacional nesses dois rebanhos de médio porte, com 5,0 milhões de ovinos e 4,0 milhões de caprinos em 2023. O estado respondia por 23,0% dos 21,8 milhões de ovinos do país e por 30,7% do rebanho brasileiro de caprinos, de 12,9 milhões de animais.
O efetivo baiano de ovinos em 2023, também foi recorde no estado, nos 49 anos da PPM, quebrando a marca que persistia desde 2020.
O município baiano de Casa Nova liderava nacionalmente nos dois casos, com os maiores efetivos de ovinos (658,5 mil animais) e caprinos (725,1 mil) do Brasil.
Entre os ovinos, a Bahia possuía os 3 maiores rebanhos do Brasil. Logo abaixo de Casa Nova, vinham Juazeiro (388,3 mil), 2º maior efetivo do país, e Remanso (378,3 mil), 3º maior efetivo nacional.
No caso dos caprinos, Juazeiro (371,2 mil cabeças) ficava em 2º lugar na Bahia e tinha o 3º maior efetivo nacional, enquanto Curaçá (338,3 mil animais) tinha o 3º maior efetivo baiano e o 4º maior do Brasil.
Remanso foi o município que teve o maior crescimento do país no rebanho de ovinos, entre 2022 e 2023. A cidade ganhou 56,5 mil cabeças de ovinos, passando de 321,9 mil para 378,3 mil (+17,5%), pulando da 5ª para a 3ª posição no ranking nacional.
Já em relação aos caprinos, Casa Nova teve o maior aumento de rebanho do estado e o 2º maior do país, passando de 690,1 mil para 725,1 mil, com adição de 35,0 mil cabeças (+5,1%). O município que liderou o crescimento do efetivo no período foi Floresta/PE, com aumento de 66,2 mil cabeças entre 2022 e 2023.
Em 2023, efetivo baiano de galináceos cai pelo segundo ano seguido
O único entre os oito rebanhos investigados pela PPM a apresentar diminuição na Bahia, entre 2022 e 2023, foi o de galináceos, grupo que engloba frangos para corte e galinhas poedeiras.
Entre 2022 e 2023, o plantel de galináceos no estado diminuiu pela segunda vez seguida. De um ano para o outro, o número de animais caiu 7,7%, de 49,7 milhões para 45,8 milhões, o que representou menos 3,8 milhões de cabeças em um ano.
A queda no número de galináceos em 2023 ocorreu, tanto no efetivo destinado ao abate, que passou de 41,9 milhões para 38,2 milhões (-8,9%), quanto no número de galinhas poedeiras (para produção de ovos), que passou de 7,7 milhões para 7,6 milhões (-1,3%).
Mesmo com o resultado negativo dos galináceos entre 2022 e 2023, a Bahia seguiu tendo o 8º maior efetivo do país, respondendo por 2,9% do total nacional, que foi de 1,6 bilhão de cabeças (+0,6% em relação a 2022).
Em 2023, Barreiras (6,5 milhões) seguiu tendo o maior plantel de galináceos da Bahia. Luís Eduardo Magalhães (3,2 milhões) assumiu a 2ª posição, ultrapassando Conceição da Feira (3,1 milhões), que caiu para o 3º lugar.
De 2022 para 2023, Eunápolis teve a maior queda no número de galináceos no estado (-53,1%), de 2,6 milhões para 1,2 milhão, e passou de 5º a 10º maior plantel.
Produção de ovos de galinha na Bahia cresce e chega a 122,6 milhões de dúzias, a maior para o estado em 49 anos de série histórica
Entre 2022 e 2023, a produção de ovos de galinha na Bahia cresceu pelo quarto ano consecutivo. No ano passado, foram produzidas 122,6 milhões de dúzias de ovos, novo recorde para o estado desde o início da série histórica da PPM, em 1974. Frente ao ano anterior, a Bahia apresentou aumento de 1,3% ou mais 1,6 milhão de dúzias.
Os principais municípios produtores de ovos de galinha no estado, em 2023, foram Eunápolis (24,2 milhões de dúzias), Barreiras (13,9 milhões de dúzias) e Entre Rios (10,0 milhões de dúzias). Frente a 2021, Eunápolis teve o maior aumento absoluto na produção de ovos, de 23,2 milhões para 24,2 milhões de dúzias (+4,2%).
A Bahia é apenas o 11º maior produtor de ovos de galinha no Brasil, respondendo por 2,5% das 5,0 bilhões de dúzias produzidas no país em 2023. No ano passado, o valor da produção de ovos na Bahia também cresceu 11,3%, chegando a R$ 815,6 milhões.
Com as quedas nos valores de produção do leite e do mel no estado, o crescimento no valor dos ovos de galinha foi o principal responsável pelo aumento geral do valor da produção da pecuária na Bahia, entre 2022 e 2023.
Em 2023, produções baianas de leite (-0,7%) e mel (-5,1%) apresentam quedas frente ao ano anterior
Entre 2022 e 2023, a produção baiana de leite diminuiu, após dois anos seguidos de resultados positivos, e ficou em 1,267 bilhão de litros, em uma redução de 0,7% frente a 2022, ou menos 9,0 milhões de litros em um ano.
Junto à queda na produção de leite no estado, também houve leve variação negativa no valor da produção, que ficou em R$ 2,4 bilhões, 0,04% a menos do que em 2022.
Já a produtividade do leite caiu pela terceira vez consecutiva no estado. Foi de 1,31 mil litros por vaca ordenhada, frente a 1,32 mil litros em 2022, em variação de -1,1% no período. Isso se deu porque houve um leve aumento no total de vacas ordenhadas (+0,4%, indo a 969,7 mil), apesar da queda na produção leiteira (-0,7%).
A produtividade do leite na Bahia ainda é perto da metade da brasileira, de 2,26 mil litros por vaca ordenhada em 2022, e 1/3 do alcançado pelo líder Rio Grande do Sul (3,94 mil litros por vaca).
Em 2023, os municípios de Itarantim (46,7 milhões de litros), Medeiros Neto (32,2 milhões de litros) e Jaborandi (30,0 milhões de litros) seguiram como os três maiores produtores de leite do estado.
Após ter registrado crescimento entre 2021 e 2022, a produção baiana de mel também recuou entre 2022 e 2023, passando de 5,0 mil toneladas para 4,8 mil toneladas (-5,1% ou menos 254 toneladas em um ano).
Com isso, a Bahia caiu do 6º para o 7º lugar entre os maiores produtores do país, respondendo por 7,4% do total nacional, que foi de 64,2 mil toneladas em 2023 (2,7% a mais do que em 2022).
Com a queda da produção, o valor do mel na Bahia também caiu entre 2022 e 2023 (-17,7%), indo a R$ 55,2 milhões.
Em 2023, os municípios baianos com maiores produções de mel foram Campo Alegre de Lourdes (652 toneladas, o 10º maior produtor de mel do Brasil), Jeremoabo (420 toneladas, o 12º maior do país) e Ribeira do Pombal (244 toneladas, o 28º do país).
Com crescimento de 53,6% na produção, tilápia recupera posto de maior valor da produção da aquicultura baiana
Entre 2022 e 2023, a aquicultura na Bahia teve importante crescimento do seu valor da produção (+50,4%), após queda no ano anterior, passando de R$ 183,6 milhões para R$ 276,1 milhões.
O crescimento foi puxado pela tilápia, que retomou a liderança na aquicultura baiana, após ter perdido em 2022.
Em um ano, a produção de tilápia cresceu 53,6%, de 8,1 mil toneladas em 2022 para 12,5 mil toneladas em 2023. O aumento de 4,3 mil toneladas foi o 3º maior do país, e a Bahia se manteve no 8º lugar entre os maiores produtores do peixe.
No período, o valor do peixe cresceu 74,6%, de R$ 77,4 milhões a R$ 135,2 milhões, e, em 2023, a tilápia detinha quase metade do valor da aquicultura baiana (49,0%).
Líder na produção baiana do peixe, a cidade de Glória viu seu volume crescer 74,2% em um ano, de 4,9 mil para 8,5 mil toneladas, entre 2022 e 2023. O município representava mais de dois terços (68,4%) de toda a tilápia produzida do estado.
Com o aumento da produção, a tilápia recuperou a liderança no valor da aquicultura baiana, que havia perdido para o camarão em 2022.
Apesar da perda da liderança, a produção baiana de camarão também cresceu entre 2022 e 2023, passando de 4,6 mil toneladas para 4,8 mil toneladas (+4,2%). Com isso, o valor gerado pelo crustáceo no estado aumentou no período (+28,5%), chegando a R$ 101,9 milhões.
Assim, em 2023, a Bahia se manteve no 5º lugar entre os maiores produtores de camarão no país. O município baiano que lidera na carcinicultura é Valença, com 2,7 mil toneladas do crustáceo em 2023, 6,0% a mais do que no ano anterior.