Cultura: Bahia Filmes; Primeira empresa estadual do país para o fomento audiovisual é criada

O governador Jerônimo Rodrigues sancionou, na noite de quinta-feira (13), a lei que institui a Bahia Filmes, primeira empresa estadual de audiovisual do Brasil. O evento aconteceu no Cine Glauber Rocha, no Centro Histórico de Salvador.

O evento contou com a presença do vice-governador Geraldo Júnior, do secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, da secretária de Audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga, do diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Paulo Alcoforado, e da presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Ivana Bastos.

Estiveram presentes também parlamentares federais, estaduais e municipais, além de artistas, produtores e representantes do setor. 

A Bahia Filmes contará com o investimento anual de R$22 milhões, sendo R$7 milhões de custeio e os outros 15 milhões de investimento, voltados para atrair novos recursos e alavancar a política.

O governador Jerônimo Rodrigues reafirmou o compromisso da sua gestão com a cultura baiana e o fomento ao audiovisual. “Nós, que fazemos a política da Bahia, devíamos ao setor uma empresa pública capaz de organizar a pauta do audiovisual, captar recursos, abrir editais e fortalecer a esperança daqueles que trabalham arduamente”, declarou. 

Jerônimo também destacou as oportunidades que surgirão a partir da Bahia Filmes. “Como tantos baianos, não tive a oportunidade de acessar o cinema. Não havia sala pública, sequer para documentários. Vejo a chance de corrigir essa lacuna. Quero ver, pela Bahia, salas públicas de cinema. É a oportunidade de levar à tela os distintos e talentosos autores, escritores e artistas baianos”, concluiu.

O secretário de Cultura, Bruno Monteiro, ressaltou o impacto da Bahia Filmes no cenário audiovisual. “Essa empresa coloca o estado da Bahia em outro patamar, sobretudo no desenvolvimento da economia criativa. É um novo ciclo econômico para o estado. Temos a felicidade de gerar emprego e renda a partir da cultura”, afirmou.  

O secretário comentou que o setor audiovisual responde por, pelo menos, 1/4 do que a economia criativa representa para o PIB. “É um setor que gera desenvolvimento e oportunidades”, completou.

FUTURO - A secretária de Audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga, ressaltou que a Bahia se torna uma referência a partir da Bahia Filmes. “Como diz Gilberto Gil: ‘O primeiro chão é na Bahia’. Estamos novamente na vanguarda, na frente do pensamento e abarcando futuro, presente e passado”. 

Para o diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Paulo Alcoforado, institucionalizar a Bahia Filmes mostra que o governo cumpre com compromissos firmados com o setor.  “Preciso fazer um agradecimento ao governador. Ele fez a promessa, colocou no plano de governo e está entregando”, parabenizou.

Um dos representantes do setor, o ator e diretor Caco Monteiro expressou entusiasmo com o futuro do audiovisual na Bahia. “Temos uma enorme cadeia de profissionais que vivem da economia criativa. Filmar na Bahia é essencial. As cenas das nossas produções fomentam o turismo, encantando quem assiste”, destacou.

EMOÇÃO - Um dos momentos emocionantes do evento foi a apresentação do documentário “Garimpando”, dirigido por Géssica Correia. 

A obra, que foi contemplada em um edital da Lei Paulo Gustavo e teve apoio financeiro do Governo do Estado por meio da Secretaria de Cultura do Estado, revela detalhes sobre a vida dos garimpeiros e o impacto do garimpo na formação da cidade de Palmeiras e da Chapada Diamantina.

Géssica destacou como foi gratificante a produção do documentário e disse confiar que a Bahia Filmes vai tornar a produção ainda mais profissional. “Ter de onde tirar recursos para produzir um audiovisual nos possibilita qualidade melhor de imagem, melhor trilha sonora e equipe mais especializada”, ressaltou.

Funcionamento em 90 dias

A Bahia Filmes começa a funcionar em 90 dias. Após a sanção do governador, haverá a publicação no Diário Oficial. Em seguida, serão feita a constituição do seu conselho de administração com aprovação do estatuto de funcionamento. 

Além disso, haverá nomeação da diretoria executiva e cadastro na Junta Comercial do Estado da Bahia.

A sede inicial da Bahia Filmes será na Diretoria de Audiovisual (DIMAS), no Centro Histórico. Estruturada como sociedade de economia mista, é capaz de fortalecer o setor audiovisual baiano à medida que atua na captação e atração de investimentos internacionais, federais, locais, públicos e privados, impulsionando a produção cinematográfica no estado. 

Além disso, prestará serviços tanto ao poder público quanto a empresas privadas do setor, que, entre 2015 e 2021, movimentou cerca de R$160 milhões em investimentos para produções audiovisuais na Bahia.

Retorno Financeiro

  • A Bahia Filmes não apenas impulsionará o audiovisual baiano, mas também terá um impacto positivo na economia. Estudos apontam que:
  • Para cada R$1 investido, o retorno será de R$2,60 em tributos;
  • Para cada R$10 milhões investidos na indústria audiovisual, R$29 milhões serão gerados na cadeia produtiva;
  • Para cada 100 pessoas contratadas diretamente, outras 54 serão empregadas em setores correlatos;
  • 27% do orçamento de um projeto audiovisual beneficia outros segmentos econômicos, como locação de equipamentos, alimentação e logística.

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