O professor Dante Lauretta, que leciona ciências planetárias e cosmoquímica no Laboratório Lunar e Planetário na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, contou ter recebido US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões, na cotação atual) da Agência Espacial Americana (Nasa) para descobrir tudo o que fosse possível sobre o asteroide Bennu.
A missão dada a Lauretta foi trazer para a terra uma amostra do asteroide, descoberto em 1999. A estimativa da agência espacial é de que a rocha colida com a Terra em setembro de 2182, trazendo, muito provavelmente, consequências catastróficas para o planeta, caso nada seja feito até lá.
"A missão passaria a envolver não apenas o envio de uma espaçonave ao asteroide, mas também o retorno de um pedaço dele à Terra", relatou o cientista em seu livro The Asteroid Hunter: A Scientist's Journey to the Dawn of our Solar System ("O caçador de asteroides: a jornada de um cientista ao amanhecer do Sistema Solar", em tradução livre).
Em relato publicado no Daily Mail, Lauretta conta como foi o início da missão em 2020. "Minha pequena equipe se reuniu no centro de controle no Colorado, cada um de nós vestindo os uniformes azuis da NASA, prontos para testemunhar o sucesso ou o fracasso da OSIRIS-REx, a primeira missão do país a recolher uma amostra de um asteroide", conta o pesquisador.
Em setembro de 2023, a equipe de Lauretta trouxe à Terra uma amostra de Bennu. Análises preliminares divulgadas posteriormente, em fevereiro deste ano, constataram que ele continha grandes quantidades de água e carbono. Os pesquisadores acreditam que Bennu fazia parte de um planeta rico em água que existiu há milhares de milhões de anos.
O Bennu mede cerca de 484 metros e é um asteroide rico em carbono. Os cientistas suspeitam que este asteroide foi parte de outra rocha espacial ainda maior, mas se rompeu há cerca de dois bilhões de anos. Como sua estrutura é bastante antiga, Bennu pode ter moléculas orgânicas parecidas com aquelas envolvidas no surgimento da vida na Terra.
Fonte: Terra