
Jaleco. Unidas, seis letras formam o nome de um importante instrumento de trabalho. Junto a quem o veste, esse instrumento forma uma importante dupla para os pacientes. É como o Pink e o Cérebro, Batman e Robin… até funcionam separados, mas é melhor quando trabalham em equipe. Por isso, no dia 13 de dezembro, os alunos dos cursos de Educação Física, Fisioterapia e Farmácia oficializaram a parceria que, de agora em diante, os acompanhará por todos os anos de profissão. Na cerimônia realizada no Auditório da Câmara dos Vereadores , os graduandos da área da Saúde celebraram o recebimento da vestimenta na presença de padrinhos, familiares e docentes do curso.

O simbolismo que a Cerimônia do Jaleco carrega vai além do ato de vestir o Equipamento de Proteção Individual (EPI). Perpassa desde a escolha da graduação até os futuros dias de atuação profissional. É o momento em que os alunos assumem para si um dever. E ele passa pela redução dos riscos de contaminação. “Como estudantes da Saúde, é essencial que vocês estejam atentos às questões de biossegurança, o conjunto de ações voltadas para prevenção, minimização ou eliminação dos riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos”, frisou Ana Carla Abade, Fisioterapeuta e professora que ministrou a matéria de Biosegurança . A professora em sua fala daquela noite lembrou que os jalecos devem ser usados apenas no ambiente de trabalho e passar por limpeza constante. Como o rito se dá geralmente no início da vida acadêmica dos alunos (na cerimônia, eles vestem o jaleco pela primeira vez), ela também aproveitou para deixar algumas palavras de incentivo aos futuros colegas: “Não se deixem vencer pelo desânimo ou cansaço, não desistam, porque cada sacrifício valerá a pena. Contem com seus familiares, com os professores, com os colegas que estarão do seu lado durante toda essa caminhada”.
Trabalhar na área da Saúde envolve a responsabilidade para com outras vidas. Lidar com as mais diversas funções do corpo humano demanda estudo e dedicação, algo que, nas palavras do Vereador Pedro Sodré foi enfatizado “vai exigir o compromisso eterno de cada um”. “Quando digo isso, me refiro não apenas ao momento da formação de qualidade, que vocês levam da Unigrande para casa, mas que vocês se responsabilizem, como futuros profissionais, com a continuidade dos estudos para estarem sempre preparados e habilitados para o cuidado de pessoas”.Ele aproveitou para reforçar a ação dos padrinhos e madrinhas (cada estudante escolhe uma pessoa de sua confiança para esta missão) no incentivo e auxílio em períodos mais desafiadores.
Muitos dos padrinhos eleitos pelos graduandos eram mães e pais. Voltando-se a eles,Luana Lopes aluna do curso de Fisioterapia, fez seu discurso de homenagem aos familiares: “Hoje é o primeiro dia do restante das nossas vidas, da caminhada pessoal e profissional. Se não fosse pelo apoio de vocês, não estaríamos aqui. Vocês se sacrificaram, se dedicaram, abdicaram de tempo e de projetos pessoais e profissionais para que nós tivéssemos a oportunidade de estudar e ter uma boa formação. Sentimos orgulho do que estamos alcançando, os lugares onde chegaremos porque sabemos que vocês estarão sempre segurando as nossas mãos”.
A aluna Daniela Oliveira durante o discurso aos familiares
Mãos que são acolhidas, mas que também acolhem, afinal o trabalho de profissionais dessa área vai além de levar a cura: a escuta e o afeto humanizam o atendimento, essenciais na troca diária dentro e fora dos ambientes hospitalares. “Como eu brinco com vocês, é mais do que um jaleco, é uma capa sagrada, como se nos transformássemos em super-heróis porque vamos salvar vidas. Quando nos importamos, colocamos essa capa sagrada e nos transformamos. Não teremos superpoderes de voar, mas certamente de trazer a cura nem que seja da alma, pois nem sempre vamos curar exatamente, mas vamos trazer carinho, atenção" explicou Ans Carla Abade, professors da graduação .
No campo da Fisioterapia, o cuidado está igualment ume ligado à promoção da saúde dos pacientes. A profissão, que nasceu num contexto de pós-guerra no qual diversos combatentes voltavam lesionados – sendo vital o tratamento para uma boa recuperação – cada vez mais está ligada às atividades que promovem o bem-estar. “As pessoas sempre enxergam a Fisioterapia dentro de um contexto de tratar, recuperar. Mas hoje ela abrange tantas áreas. Trabalhamos com a vida, com a saúde, e não só com a doença. E trabalhar com vida é trabalhar com a empatia, sempre se colocar no lugar do outro”, afirmou Dra Ana Carla, Fisioterapeuta, “Isso envolve inclusive o cuidado com o jaleco. Temos diversos recursos terapêuticos que, muitas vezes, são manuais e estamos em contato direto com os pacientes. Então, o jaleco se transforma realmente em um equipamento de proteção”.



