A coordenadora da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (ABAM), Rita Santos, disse em entrevista ao bahia.ba que a atitude da quituteira Adriana Ferreira de fazer acarajé cor de rosa “é desrespeitosa à religião africana.”
“A vendedora de bolinho de feijão Adriana agiu de maneira desrespeitosa, oportunista, errônea e absurda criou o acarajé rosa, um marketing que fere nossas tradições litúrgicas relacionadas ao acarajé, uma iguaria sagrada para as religiões de matriz africana. Vamos externar nosso repúdio. Respeito cabe em qualquer lugar. Ela faltou com respeito a uma tradição, aos nossos antepassados”, disse Rita Santos.
Ela afirma ainda que “existem baianas de fato”, mas que também “existem pessoas que vendem só por conta do dinheiro”, que, segundo ela, é o caso de Adriana Ferreira. “Como eu sempre falo, temos Baianas de Acarajé e meramente vendedoras de bolinho de feijão frito no azeite de dendê, que é o caso dessa baiana, e de religião evangélica… Vendem apenas por conta do dinheiro.”
A coordenadora da Abam diz ainda que “alguma pessoas, mesmo não pertencentes à religião, respeitam e não brincam com a cultura”. “Baiana de fato e de direito é aquela que mesmo não sendo da religião de matriz africana respeita, sabe de onde veio o acarajé, um patrimônio imaterial nacional e estadual… Ela brinca com a cultura, brinca com o sagrado de uma religião. Isso quer dizer que ela nem respeita a própria religião que professa.”
‘Acarajé da Barbie’
Também em entrevista ao bahia.ba, a baiana Adriana Ferreira afirmou que o acarajé cor de rosa é uma estratégia de marketing no embalo do filme Bárbie, que estreou nesta quinta-feira (20) no Brasil. Adriana diz ainda que os acarajés cor de rosa serão comercializados apenas nesta semana.